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Paulo Frontin é um município localizado na região sul do estado do Paraná, sua área total corresponde a 351.800 Km², sendo a altitude de 777 M do nível do mar. Limita-se a norte com Mallet, leste com São Mateus do Sul, oeste com União da Vitória e ao sul com Paula Freitas e o estado de Santa Catarina. É banhado pelo Rio Iguaçu e abastecido pelo Rio Santana. Sua população, segundo o IBGE 2007, é de 7.032 habitantes. Desde o inicio de sua história a economia apresenta laços estreitos com a agricultura, com a plantação de milho, trigo, centeio, feijão, arroz, acrescido recentemente pela soja e fumo, que se fazem hoje, as principais fontes de lucro. A pecuária leiteira também se faz muito importante na complementação das rendas familiares para grande parte da população rural, assim como a suinocultura, a avicultura, a extração da erva-mate e madeireiras. O comércio está composto de mercados, lojas, armazéns, bares, lanchonetes, fármacias e padarias.
No final do século XIX, o então governador da província do Paraná, Visconde de Taunay, retornando de uma viagem feita a região dos Campos Gerais, narra em seu diário, a passagem por um povoado chamado Chapéu do Sol. Essa localidade fica distante alguns quilômetros de Vera Guarani, em uma área localizada dentro dos atuais limites de Paulo Frontin, o que para muitos, significa dizer que Chapéu do Sol é o marco inicial do município. De uma maneira cronológica, tal afirmação é correta, porém se levarmos em conta a construção prática da vida cultural frontinense, iremos verificar que o antigo recanto de bugres ao qual damos o nome de Chapéu do Sol, parece estar muito mais vinculado a história da navagação fluvial do Rio Iguaçu, assim como da região conhecida por Contestado. Ficando reservado a Vera Guarani, o posto de comunidade propulsora do município de Paulo Frontin.
Vera Guarani inicia sua formação logo após o inicio de Rio Claro. Ambos fizeram parte do programa de formação de colônias baseadas na agricultura de subsistência, realizado pelo Governo Federal, o qual estava investindo na imigração europeia, através da chamada corrente civilizadora para povoamento e desenvolvimento do sul do Brasil, ainda pouco habitado. Em 1884 chegam a Rio Claro os primeiros colonizadores vindos de Campo Largo da Piedade. Estes vieram por iniciativa privada e não pelo programa de ocupação realizado pelo governo. Tal programa tem origem em 1884, quando tem inicio as medições de terra para a formação de loteamentos das futuras colônias, com dez alqueires de terra cada lote, e em 1890 quando chegam os primeiros imigrantes europeus.
Segundo Mário Deina, em 1891 foi criado oficialmente a Colônia de Rio Claro, e em 22 de novembro de 1892 o Distrito Judiciário de Rio Claro, por ato de São João do Triunfo, o qual englobava essa área. Por volta de 1895 essa colônia passou a receber mais imigrantes, onde aproximadamente 800 famílias se estabeleceram nos arredores de Rio Claro, dando inicio a formação dos núcleos de Mallet e Vera Guarani.
Em 1903, os trilhos de ferro foram construídos pela RFFSA já em seguida foi construída a Estação Ferroviária Marechal Mallet. Em 17 de dezembro de 1908 foi criado o Distrito Judiciário de São Pedro de Mallet, da Comarca de São Mateus, e devido o seu desenvolvimento foi criado em 15 de abril de 1912 o município de São Pedro de Mallet, instalado oficialmente em 21 de setembro, sendo o primeiro prefeito o senhor José Pompeo. Assim, foi desmembrado do município de São Mateus passando a pertencer a comarca de União da Vitória. Ao município foram incorporados os núcleos de Rio Claro, Dorizon e Vera Guarani.
Vera Guarani formou-se a partir do direcionamento do governo, sendo fundada em 20 de janeiro de 1902. Era composta por imigrantes e descendentes de imigrantes ucranianos e posteriormente poloneses. Os imigrantes poloneses, devotos de muita fé católica, constroem em Vera Guarani, a Igreja Sagrado Coração de Jesus, inaugurada em 1911. Paralelamente, os imigrantes ucranianos, constroem uma pequena capela para realizarem seus cultos religiosos, como de costume na pátria mãe, aproximadamente em 1908, e em 1924 é inaugurada a Pedra Fundamental, a Igreja Natividade Nossa Senhora, já que a inicial se fazia pequena para acomodar maior número de pessoas. Estas igrejas estão presentes até hoje na comunidade, com igual significação.
Vera Guarani foi núcleo colonial de Paulo Frontin até sua emancipação. Possuía armazém, escola e igrejas, sendo uma pequena sociedade formada por imigrantes, administrada inicialmente por Rio Claro e posteriormente por Mallet. A partir de 1904, a história de Paulo Frontin começa a ter novo direcionamento, pois neste ano é inaugurado os trilhos de ferro, na atual localização da cidade de Paulo Frontin, os quais deram novo redirecionamento aos indivíduos que chegavam no local, os quais ao invés de se estabelecerem em Vera Guarani, o faziam nas proximidades dos trilhos, principalmente após a construção e inauguração da Estação Ferroviária em 1908 como o nome em homenagem ao grande engenheiro carioca André Gustavo Paulo de Frontin, proeminente político de sua época, que além dos vários cargos que ocupou, tais como prefeito do Rio de Janeiro, deputado federal e senador da república, foi também responsável por grandes obras, dentre as quais, os trilhos de trem que passavam por esta região.
No dia 29 de setembro de 1943, aproximadamente às 7 horas, ocorreu a maior tragédia da história de Paulo Frontin. Um trem de carga vindo de Ponta Grossa com destino a União da Vitória sinalizava algum problema. Percebendo fumaça num dos vagões o trem parou na caixa de água da nossa estação, para tentar apagar o fogo, foi impossível, pois a água era pouca. O que realmente chamou a atenção da população frontinense foram os três apitos, sinal que significava uma chamada de emergência. Com ele, reuniram-se os turneiros (ferroviários da RVPSC que estavam de plantão), mas também muitos curiosos. Ao confirmarem que havia explosivos num dos vagões, este foi conduzido para o triângulo, espaço de manobras da linha para que ficasse mais distante da estação. Constatando o grande perigo, os turneiros pediam que as pessoas se afastassem do local. Nem todas atenderam. Quando aconteceu a explosão a maioria das pessoas estava a aproximadamente 500 metros do local em que fora estacionado o vagão. Com o impacto, elas caíram no chão. No lugar em que estava o vagão o trilho fez um "S", cavando um buraco de 15 metros de largura e 10 metros de profundidade. A estação e um armazém foram destruídos. A 200 metros do local havia uma loja: o choque foi tão forte que caiu tudo das prateleiras. Pessoas que se encontravam muito próximo do vagão isolado morreram. Calcula-se um total de 23, destas, poucas foram reconhecidas, pois os estilhaços foram violentos. A maioria dessas vítimas encontra-se enterrada no cemitério de Vera Guarani.
Levando em conta que nesse período as estradas eram poucas e de difícil acesso, o transporte de mercadorias era realizado principalmente por trens, fica evidente a importância que representava ao local a implantação de uma estação ferroviária, pois além de estimular a economia, facilitou o comércio dos produtos vindos dos núcleos coloniais, desenvolvendo assim a sociedade, já que proximo a ela começaram a ser construidas casas, tanto dos indivíduos que trabalhavam na Estação, quanto de comerciantes, que geravam emprego e sucessivamente mais economia. Assim o local foi se desenvolvendo, até que no dia 26 de março foi criado o Distrito Administrativo de Paulo Frontin. Em 14 de novembro de 1951 então é elaborada a Lei de Emancipação Política de Paulo Frontin, com território desmembrado de Mallet e no dia 14 de Dezembro de 1952 se deu a instalação do município. Nas décadas posteriores mais pessoas chegaram ao município e ajudaram seu desenvolvimento. Pode-se citar principalmente descendentes de alemães e italianos, vindos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, que chegaram pela década de 1960 e mesclaram-se à população local, formando um quadro cultural rico, presente até hoje na sociedade frontinense.
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